domingo, 18 de abril de 2010

Comer Tatu???



Logo que mudei para Matupá, arrumei um taxista que me levasse e buscasse todo dia no trabalho, então percorri dia a dia o trajeto guarantã do norte - Matupá, aproximadamente 30km. Junto comigo no táxi, vinha mais algumas pessoas: o carteiro, e três técnicas de enfermagem.
O taxista era um maranhense que costumava tratar as pessoas pelo pronome de tratamento "Cabra". Pegávamos a BR163 todos os dias, e lá vinha o motorista de apoximadamente 50 anos de chinelo, bermuda, cabeça chata e óculos de sol Ray ban! bem engraçado! Seu apelido era "alicate", sabe-se Deus porquê. Nunca perguntei.
Um belo dia, no percurso rotineiro, as 6:15 da manhã, vemos um Tatu atravessar rapidamente a pista. Nisso o taxista louco joga o carro no acostamento, sai correndo do carro abandonando os passageiros e se esforça correndo atrás de tatu, nisso começa a gritar pra gente que ele quer akele tatu! Quando vejo o maranhense se enfia dentro de um lago á esquerda da BR e se cobre de água até o joelho. Logo em seguida lamenta alguma coisa e retorna ao carro. Eu com minha curiosidade nata pergunto logo porque ele queria tanto aquele tatú, ele me vira e diz que queria comer, que é uma delícia! Não me seguro e pergunto se realmente dá dor nas costas comer tatu? Ele me vira e diz "vale a pena porque a Carne é macia e gostosa!"

Guarantã do Norte, ai vou eu!!


Dia 30 de novembro de 2009, enfiei-me no avião e parti com objetivo maior de explorar o desconhecido. Se eu tivesse nascido há alguns anos atrás tenho certeza que eu descobriria o Brasil com essa minha ansia de explorar o mundo.. rsr
Visto de cima, do avião vejo rios e mato, mato, mato.. Logo me cai a ficha o porquê do nome Mato grosso. Descendo no aeroporto toda a minha perspectiva de um big aeroporto se esvai, o aeroporto de Cuiabá é menor que a rodoviária de Resende. Encontro meu primo e sua esposa, que nem a conhecia, e vou de mala e cuia já para ser sua hospede. Na viagem de Cuiabá até Matupá (residência do meu primo) percorremos 725km, o que equivale de carro a 9 horas de viagem com a visão de plantações e plantações, soja para tudo que é lado. Nada de contruções, edifícios, big empresas.. Só soja! A minha idéia de acompanhar com olhos atentos a paisagem para não perder nada, nem só um minuto de cultura observando a vegetação do local logo se esvai, pois tudo parecia muito igual. Dormi acordei e parecia que tava no mesmo lugar pq eu só via SOJA!
No meio do nada fomos parados pela polícia que exigiu que meu primo, o motorista, fizesse o bafomêtro. Meu primo, invocado que só, e se achando o próprio Rei do gado com seu embasamento em lei discutiu que não faria, a discussão rendeu e por final das contas o policial foi vencido e voltamos a estrada com meu primo feliz por não ter cedido e eu pensativa "perdemos 40 minutos de viagem se tivesse feito o bafômetro, tendo em vista que ele não tinha bebido perderíamos 10 minutos somente".. Mas a necessidade de autoafirmação masculina ainda existe.
Finalmente em Matupá, chegamos e tive que enfrentar dois pitbulls que me amedrontaram um tanto mas nada que a Dra. Érica não me fizesse superar.
Começo a trabalhar no dia seguinte, em guarantã do Norte, a cidade vizinha!